Uma tarde, o caderno do porquinho e uma música
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Ninguém estava lá quando me jogaram no poço. Eu me senti a própria Samara nas águas gélidas de um início de verão solitário. Eu estive sozinha por tanto tempo, que nem notei os dias passando.
Sim, ninguém estava lá quando eu chorei, exceto Deus, não havia nenhuma mão, nenhum abraço, exceto a sua luz tão distante. As únicas pessoas que poderiam me ajudar, eu não podia expor elas a isso. Não, não tinha ninguém por mim. Percebi que eu tinha que sair sozinha dali e assim eu fiz.
Quando eu saí do poço e olhei para o céu, já era de tarde e o sol estava se pondo, mas a escuridão que tomava conta do céu era diferente da escuridão que eu via na minha prisão e a partir dali, decidi que nunca mais ia chorar e foi aí que eu lembrei de uma música que eu compus há muitos anos, a última lágrima. Foi para mim que eu escrevi. Talvez naquele dia eu não soubesse disso, mas hoje eu sei que a canção que eu escrevi, foi para mim mesma, aqui no futuro.
Essa foi a última lágrima que restou
Eu a guardei para este momento
Quando eu finalmente derramá-la
Eu estarei livre, para ser alguém,
Quando o amor morreu, trouxe uma lição
Respirar mais uma vez, dar trégua ao coração
Voar, sonhar, tentar ser quem eu quiser
Encontrar uma direção...
Eu finalmente derramei minha última lágrima.
O caderno do porquinho
Até então eu não conhecia, mas eu amei o caderno. Diferente do diário e do mundo caótico, no caderno do porquinho escrevo todas as minhas criações, músicas, cifras, histórias e poemas. As folhas dele acabaram, então escrevo minhas composições em outras folhas e grampeio nele.
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